domingo, 11 de março de 2012

Amigo/a Verdadeiro/a *

Lembro-me de quando era pequenina perguntar à minha mãe quando íamos a algum lado: « mãããe, vai haver lá pequeninos para eu brincar? » Nessa altura era só isso: brincadeira. Queria sempre alguém para brincar, fingir que tínhamos um negócio, brincar com os cabelos, ou simplesmente brincar com as nossas bonecas e os nenucos. Nessa altura, para mim, amigos eram aqueles que brincavam comigo. Éramos tão pequeninos que o resto nos passava ao lado, só pensávamos em brincar. E quando caíamos e começávamos a chorar, o/a nosso/a amigo/a de brincadeiras fazia-nos festinhas ou até dava beijinhos onde nos aleijávamos. Mas o tempo passa. Nós crescemos, a mentalidade muda e o nosso conceito de amizade também. Começamos a ter problemas e vemos que os amigos não servem só para as brincadeiras, mas também para nos ajudar a passar pelas más fases. E encontramos aquele amigo/a verdadeiro/a. Dá-nos na cabeça, discute connosco, diz-nos coisas que muitas vezes não queremos ouvir, mas faz parte do que um verdadeiro amigo faz. Ri connosco, chora connosco, abraça-nos, diverte-se connosco, fala connosco, apoia-nos, ouve-nos, dá-nos razões para dizermos que é um verdadeiro/a amigo/a. Podemos discutir,  mas dura pouco tempo porque simplesmente não nos conseguimos afastar dum amigo verdadeiro. E quando temos de o fazer? DÓI, dói muito. Tentamos seguir em frente, fingir que está tudo bem. Ignoramos quando passamos por ele/a na rua, ignoramos as saudades que temos, a falta que nos faz. Mas no fundo continua a esperança de que volte a ser tudo como dantes. E para superar esta dor? Temos a ajuda de outro amigo, outro alguém que aparece e passa a preocupar-se connosco. E alivia a nossa dor, mesmo que não preencha a falta que sentimos. Isto é agora, agora que damos o verdadeiro valor à amizade. E antes quando éramos pequeninos? Bem, procurávamos outra pessoa para brincar, fazíamos as mesmas brincadeiras e era como se tivesse tudo resolvido. Não dá para fazer isso quando crescemos. As lembranças dos momentos que passámos com o/a tal amigo/a, não podem ser substituídas por outras, mesmo que façamos as mesmas coisas com um/a novo/a amigo/a, mesmo que frequentemos os mesmos lugares, mesmo que tentemos fazer uma cópia da outra amizade com esta nova amizade. Um verdadeiro amigo será sempre insubstituível *

Sem comentários:

Enviar um comentário